Kindle 2 & eBook readers
Sou proprietário de um Kindle 2 há umas semanas, desde que vim da ETech.
Desde então tenho-o utilizado com alguma frequência, aquela que consigo, mostrei-o a algumas pessoas e tornei-te mais interessado por todo o tema do eBook reading. As pessoas têm-me feito perguntas, se gosto, se é bom, ou qual é o nexo disso, entre outras. Este é um pequeno post que resume 3 semanas de incursão neste universo.
Em primeiro lugar devo dizer que quando começaram a aparecer os* eBook readers* eu posicionei-me orgulhosamente no perfil de ultra-céptico. Não pelos nobres (mas irrelevantes, para mim) motivos que estão a imaginar, ou porque o cheiro dos livros e tacto das folhas são insubstituíveis, ou porque as prateleiras do escritório querem-se cheias, não, fiquei de pé atrás porque sempre duvidei que a tecnologia actual pudesse substituir a comodidade e a qualidade de um livro em papel, somente. Comodidade pelo acesso rápido e mobilidade dos conteúdos que quero e qualidade porque não quero lixar os olhos enquanto leio, horas a fio.
No entanto a coisa começou a despertar-me algum interesse quando comecei a ler reviews extremamente positivas do Kindle e quando um ou outro amigo decidiu comprar um eBook reader. E com o lançamento do Kindle 2 a coincidir com uma visita minha aos US, adicionem-lhe o factor geek, e lá decidir comprar um.
E estou maravilhado e rendido. Não vou fazer uma review do Kindle, há muitas na web, vou só dizer isto:
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Os ecrãs de eink (wikipedia) são de facto muito bons e funcionam tal e qual como são anunciados, isto é, não reflectem e são opacos, são muito nítidos. têm muita resolução, e quanto mais luz lhes incidir melhor é, incluindo a luz solar. E nem me venham falar da tecnologia LCD, como é boa etc, porque não há comparação possível. Hoje estive umas 2 horas a ler ao sol e acabei não pelo cansaço dos olhos mas porque estava um calor do caraças.
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O peso e o tamanho. “Just about right”, é do tamanho de um livro normal, mais fino e pesa aproximadamente o mesmo.
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O Kindle é proprietário e relativamente fechado e deve ser visto como um instrumento estratégico da Amazon cujo modelo de negócio não é vender eBook readers mas sim vender livros e fechar o círculo do markeplace. Quem procura um reader aberto, cheio de features, opensource com ssh e apt-get então que dê uma vista de olhos nas alternativas, começam a haver muitas. Aliás, surgem modelos novos de fabricantes novos quase todas as semanas, eu diria que estamos a assistir a uma avalanche deste tipo de aparelhos. Dito isto, o DRM da Amazon não me podia incomodar menos.
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Para além dos livros da Amazon, é possível colocar outros eBooks, livres, no Kindle. O que já me incomoda um bocado é que o formato PDFs não é suportado nativamente e tem que ser convertido primeiro por um serviço da Amazon, perdendo uma série de características no que diz respeito a paginação e elementos gráficos.
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Actualmente o Kindle só se vende nos EUA, não é possível comprar um Kindle em Portugal nem é (teoricamente) possível usufruir do serviço da Amazon em mais nenhum País. Os motivos não os conheço, só adivinho que estão relacionados com o time-to-market, direitos de autor, e contratos com operadores móveis.
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A experiencia de abrir um Kindle nos US é fenomenal. Primeiro a embalagem é Apple-grade, depois já vem com a bateria carregada pronto a utilizar, e já traz um livro, uma carta personalizada do Jeff Bezos “Dear Celso, Kindle is an entirely new type of device…” diz. O Kindle está permanentemente ligado à rede EVDO da Sprint (Whispernet) mas o utilizador não tem qualquer relação com a Sprint, faz tudo parte do pacote. Isto significa que podemos compar livros no browser do próprio aparelho e estar a lê-los numa questão de minutos, no meio da praia, ou podemos enviar um livro do PC para o Kindle sem ligar um cabo, e ele auto-magicamente aparece lá. Ou podemos comprar uma assinatura do New York Times e sabemos que as novas edições simplesmente estão no Kindle no momento em que são lançadas. Comodidade.
E mais não digo. O Kindle passou a andar comigo na mochila do laptop em permanência. Termino só uma pequena lista de factos para os mais curiosos:
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Não é possível comprar um Kindle fora dos US mas é possível, uma vez nos US, comprar um Kindle na Amazon com um cartão Europeu e pedir para ser entrega na morada aonde ficarmos. Foi o que fiz. Chegou em 24h ao Hotel aonde estava hospedado.
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Não é possível comprar livros na Amazon com um cartão de crédito que não seja emitido nos US. Eles validam a origem do cartão e levamos com um big “no no” no site. No entanto, há uma ou duas formas engenhosas de dar a volta ao tema e nenhuma delas passa por precisas de um número de segurança social americano (hint). Depois de comprar o livro ele (o ficheiro) fica disponível para download na área de cliente. Os livros em formato digital são substancialmente mais baratos do que a versão impressa. O Outliers custa $15.35 em papel e $9.99 para o Kindle (com a entrega wireless, nos US).
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A componente wireless do Kindle não funciona fora dos US. Em Portugal não há nenhum operador com EVDO, e mesmo que houvesse também não funcionaria porque a Whispernet só existe na Sprint e com a Amazon, nem sequer há um SIM card. Quer isto dizer que estamos agarrados ao PC e ao conector USB. Dito isto, é tudo bastante linear, o Kindle liga-se como uma drive externa, é só despejar os livros (comprados ou livres) lá dentro e voilá.
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A autonomia do bicho é de muitos dias, por dois motivos, primeiro porque graças ao eink a única coisa que gasta energia para além do sistema operativo é a mudança de página, segundo porque tenho o wireless desligado.
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A conversão de PDFs ou documentos Word para o formato Kindle é um serviço gratuito da Amazon e é feito por E-mail. O que se diz na web e que custa $.10US por documento é versão que é entregue wirelessly directamente. Em Portugal não faz sentido. Há também uma série de aplicações desktop para fazerem a conversão de PDFs para um dos formatos suportados.
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Há já uma comunidade considerável de utilizadores geeks de Kindle. O firmware já foi aberto, é um Linux com busybox. É uma questão de tempo até surgirem hacks à séria, eu espero ansiosamente pelo leitor nativo de PDFs.
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O forum de referência para o universo do eBook reading é o MobileRead.
Mais dúvidas, vamos para os comentários.