A nova geração
Há uma nova geração de Web Developers. Chegaram de fininho sem ninguém dar por eles. Fazem coisas fantásticas e surpreendentes sem precisarem de saber uma linha de Perl ou PHP, não podiam ser mais apáticas em relação às guerras dos Windows vs Linux, mal saberão o que é o “bash” ou o “vi“, na sua maioria subcontratam a infra-estrutura aos amigos que percebem da coisa, os amigos mais velhos, os que sabem o que é o “vi”. Eles andem aí em Portugal e é de louvar, admirar e aprender com eles.
São fazedores e empreendedores, fogem e ainda bem do estereotipo do tuga técnico que ia (note-se o tempo verbal) para o Gildot fazer a criticazinha aguçada, quase template proforma do tipo “bota abaixo – mas não faz nenhum, não que se veja”. Nasceram com aquilo a que eu gosto de chamar a Martelada da Web 1.9, o milagre do que se consegue fazer com um programa que foi desenhado para tudo, menos para correr aplicações, vulgo browser. Estão batidos em Javascripts, XHTs, JSONs, Prototypes e outros que tal. Se algum “framework” terão que usar será o Ruby on Rails, o “de facto standard” para as aplicações Web 2.0 e rapid development.
Fazem-nos sentir velhos com a naturalidade com que percebem os conceitos virais da comunidade, o “Social Networking”, não sabem o que é um modelo de negócio mas sabem só de ver uma única vez o que é que bom e o que é vai ser um flop, com aquela facilidade com que eu sabia que o SAPO ia ser grande há 12 anos atrás enquanto uma certa pessoa do CICUA nos dizia numa certa reunião de emancipação que dificilmente irei esquecer, que um projecto como o do SAPO nunca teria meios de subsistência, que podíamos levá-lo, quando eu era novo, mais novo. Já agora olha: Obrigadinho!
Usam Macs, dominam o Inglês, têm o Firefox carregado de plugins e pensam e fazem à escala global, como deve ser. Organizam BarCamps ao fim de semana. Sabem o que é que querem dizer palavrões como “Usabilidade”, “Simplicidade”, “Acessibilidade”, “Compatibilidade”, etc, e regem-se pelas suas definições.
Eles andam aí e eu acho muito bem, porque eu sempre disse que deposito muita esperança nas novas gerações, por muito paternalista que isto pareça. Aplaudo-vos.